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Pelo que é abordado pelos livros do Ensino Médio, as pessoas são conduzidas
a acharem que a Teoria das Probabilidades tem como única serventia o estudo
dos jogos de azar. Os que chegam à universidade conseguem ir um pouco
mais adiante, vendo a Teoria das Probabilidades como uma disciplina que
se cursa para poder estudar Estatística. A deturpação não poderia ser mais
lamentável.
Já nos primórdios de seu desenvolvimento, nos sec. 1600 e 1700, ela se ocupava de assuntos sérios: problemas de seguro de vida e mercadorias, a perigosa vacinação contra a varíola, etc. No século 1800, principalmente a partir dos trabalhos de Gauss, ela teve suas primeiras grandes aplicações científicas: o embasamento da Teoria dos Erros Experimentais, a quantificação da fisica dos gases, a concepção da entropia como uma medida da agitação molecular e o entendimento das limitações da conversão de calor em trabalho. Isso foi continuado com vários importantes estudos sobre a radiação da matéria e culminou com a descrição probabilista do comportamento microscópico da matéria, através da Mecânica Quântica, já no início do sec. 1900. Ainda no início do sec. 1900, deu mais uma prova de valor ao servir como fundamento e alavanca para a Estatística e, assim, propiciando um gigantesco aumento do poder experimental na Física, Química, Ciências da Vida e Ciências Sociais. Depois da Segunda Guerra, foi explosivo o desenvolvimento dos métodos probabilistas e estatísticos e sua aplicação em um sem número de aplicações científicas e técnicas. Hoje, o vocabulário e técnicas da Probabilidade e Estatística são encontrados cotidianamente pelo cidadão, nos meios de comunicação e especificações de muitos produtos que consome. É um grande absurdo continuarem a ser ignorados pelo sistema brasileiro de ensino elementar. |
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