Aleatoriedade não é o mesmo que caoticidade






O famoso professor Tamas Varga escreveu um livro, Les Probabilités à l'école, que inicia observando que as crianças muito novas, quando defrontadas com uma situação envolvendo aleatoriedade, acham que é impossível fazer qualquer previsão de comportamento. Depois, quando mais velhas, passam a defender que nada é previsível. Ultrapassando essa fase, passam por um lento processo de evolução durante o qual vão aprendendo que, por trás do aparente caos dos eventos com que se deparam, existem padrões e que esses podem ser explorados de modo a produzirem previsões. Essas três fases correspondem a um estágio de completa ignorância da noção de aleatoriedade, seguido de um estágio de grande confusão mental e conclui com um estágio de caminho rumo à uma concepção plena de aleatoriedade, a qual será ou não atingida conforme o grau de educação e estímulos que venham a ter.

Interessantemente, mesmo entre pessoas que passaram para o terceiro estágio, é comum querer se igualar o caos, ou auséncia total de padrões, ao aleatório. Isso não é correto; aleatoriedade não implica a inexistência de padrões e a possibilidade de previsões científicas.
Temos, contudo, de entender que as relações causais no mundo aleatório são muito especiais. Consideremos um exemplo: suponha que José ficou parado numa rua, vendo os carros passar e procurando ver em quantos deles os dois primeiros algarismos da placa são iguais. Embora José não seja capaz de prever a placa do próximo carro, ele é capaz de fazer a previsão probabilística de que a décima parte dos carros que passarem terão os dois primeiros algarismos da placa iguais. É também importante entender que se passarem 300 carros, possivelmente só 28, ou 32 carros tenham tais placas; mas dificilmente 100 carros terão tais placas e a previsão de José será tanto mais exata quanto maior for a quantidade de carros que passarem. Ademais, é importante entender que essa constância estatística ocorre por causa da aleatoriedade e não apesar de aleatoriedade. A Teoria das Probabilidades desenvolve meios de quantificar essa constância.

( Texto baseado em
Lev Tarasov: Mir, postroenny na veroiatnosti ( O mundo é baseado em probabilidades))




Aleatoriedade nos fenomenos microscopicos
( aguarde )




Aleatoriedade nos fenomenos macroscopicos
( aguarde )